quarta-feira, 23 de julho de 2014

Pedalada em Garopaba- Tombo


Pedalada em Garopaba- O Tombo!
  
Ontem pela manhã sai para mais uma pedalada em Garopaba!

Havia combinado com um ciclista para sairmos em algumas trilhas  no Ambrósio e Ibiraquera, 42 km, mas ele não apareceu. Sete horas e quinze minutos e sai mais uma vez sozinho e como quase sempre resolvi descobrir novas trilhas. Resolvi investigar uma trilha para chegar ao topo de um morro, um dos mais altos das redondezas, que havia visto na carta topográfica da região!

Segui em direção a praia do Siriu e subi a estrada em direção a Paulo Lopes e Praia da Gamboa. Pedalava sem pressa, mas como nas férias estou descansado a média sempre é boa. Na parte mais alta da estrada, antes de iniciar a decida, avistei uma trilha a esquerda, devia ser ali!  Entrei em uma trilha no campo e subi até onde podia sempre pedalando. Duas porteiras a frente e logo depois de cruzar uma trilha no mato e de enfrentar a fúria dos gaviões (o passaro mesmo!) donos do local, cheguei ao topo, local com visão de quase 360 graus. 

Podia avistar desde Paulo Lopes, até a Praia do Siriu, mas o mais bonito talvez fosse avistar a Serra do Tabuleiro com seus 1250 metros de altitude a poucos km do mar, e avistar Floripa ligando a ilha ao continente!

Estava lá sozinho, gosto disto, mas sei dos perigos.
Não é a brancura dos cabelos que fornece a prudência (Menabro)

 Fotos e filmagens e resolvi voltar para chegar a tempo para o café. Digital na mão direita descia com cuidado no campo. A roda dianteira travou em algum buraco, a suspensão desceu a frente da bike travou de vez. Sem a digital na mão seria fácil continuar em cima da bike, mas foi inevitável, cruzei em cima do guidão e aterrizei na grama. 
Logo levantei e senti uma fisgada na perna direita. Levantei a perna da bermuda a vi um buraco de um dedo e muito profundo. Vi o manete do freio sujo de sangue e descobri o que havia causado aquilo. 

O meu pensamento foi muito rápido, vai jorrar sangue e estou sozinho aqui, tenho que agir rápido. Guardei a digital suja de sangue na mochila, deixei a bermuda como estava sobre o ferimento, não fiquei apavorado e desci ainda mais rápido. Nas passagens de cerca eu cruzei por baixo para fazer mais rápido. Cheguei a estrada e ali ao menos seria visto. Pensei em ligar para a minha mulher, mas nunca ligo, para que apavorar a família e  que ela poderia me ajudar? Não estava sangrando tanto e tinha 2 km de descida a frente. Estava usando pneu traseiro slick e dianteiro gasto e não pude soltar os freios na estrada de areão. No Siriu passei na frente de um posto de saúde que estava fechado, passava das 8 horas e tinha um bilhete na porta, mas eu não parei e nem li! Resolvi pedalar até a pousada, uns 13 km sem grandes subidas. Pedalava principalmente com a perna esquerda, na subida a perna doía, não no ferimento que apenas ardia, mas nos músculos e lembrei dos tendões. A perna tinha movimento e não podia esfriar! 
Cheguei a pousada e larguei, bike, capacete, luvas, mochila, acordei a mulher e me larguei a pé para o hospital, ou posto de saúde que fica a 200 metros. No Posto aguardei uns 40 minutos e fui atendido. Lavado, anestesiado e suturado até fui bem atendido apesar de poder ser contaminado pelo fio da sutura que encostava na maca, na perna e na bacia de sangue e soro!
O Ferimento? Putz! Ainda bem que o manete de freio Shimano Deore Xt v brake não é mais longo! Os tendões podiam ser visto, mas não foram atingidos! È claro que eu não vi, mas podia ver o dedo do médico subindo dentro da minha perna. Como disse o Lance, a dor é momentânea, mas as lembranças são eternas.
Agora estou bem, sem dor, tomando medicamento, sem poder pedalar, sem banho de mar, com pouco de dificuldade para caminhar, mas isto é o de menos!


A coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males ( Voltaire)
  


24 de janeiro de 2007!