Pedalada em Garopaba- O Tombo!
Ontem pela manhã sai para mais uma pedalada em
Garopaba!
Havia combinado com um ciclista para sairmos em
algumas trilhas no Ambrósio e Ibiraquera, 42 km, mas ele não
apareceu. Sete horas e quinze minutos e sai mais uma vez sozinho e como quase
sempre resolvi descobrir novas trilhas. Resolvi investigar uma trilha para
chegar ao topo de um morro, um dos mais altos das redondezas, que havia visto
na carta topográfica da região!
Segui em direção a praia do Siriu e subi a estrada
em direção a Paulo Lopes e Praia da Gamboa. Pedalava sem pressa, mas como nas
férias estou descansado a média sempre é boa. Na parte mais alta da estrada,
antes de iniciar a decida, avistei uma trilha a esquerda, devia ser ali! Entrei
em uma trilha no campo e subi até onde podia sempre pedalando. Duas porteiras a
frente e logo depois de cruzar uma trilha no mato e de enfrentar a fúria dos
gaviões (o passaro mesmo!) donos do local, cheguei ao topo, local com visão de
quase 360 graus.
Podia avistar desde Paulo Lopes, até a Praia do Siriu, mas o
mais bonito talvez fosse avistar a Serra do Tabuleiro com seus 1250 metros de
altitude a poucos km do mar, e avistar Floripa ligando a ilha ao continente!
Estava lá sozinho, gosto disto, mas sei dos
perigos.
Não é a brancura dos cabelos que fornece a
prudência (Menabro)
Fotos e filmagens e resolvi voltar para
chegar a tempo para o café. Digital na mão direita descia com cuidado no campo.
A roda dianteira travou em algum buraco, a suspensão desceu a frente da bike
travou de vez. Sem a digital na mão seria fácil continuar em cima da bike, mas
foi inevitável, cruzei em cima do guidão e aterrizei na grama.
Logo levantei e
senti uma fisgada na perna direita. Levantei a perna da bermuda a vi um buraco
de um dedo e muito profundo. Vi o manete do freio sujo de sangue e descobri o
que havia causado aquilo.
O meu pensamento foi muito rápido, vai jorrar sangue
e estou sozinho aqui, tenho que agir rápido. Guardei a digital suja de sangue
na mochila, deixei a bermuda como estava sobre o ferimento, não fiquei
apavorado e desci ainda mais rápido. Nas passagens de cerca eu cruzei por baixo
para fazer mais rápido. Cheguei a estrada e ali ao menos seria visto. Pensei em
ligar para a minha mulher, mas nunca ligo, para que apavorar a família e que
ela poderia me ajudar? Não estava sangrando tanto e tinha 2 km de descida a
frente. Estava usando pneu traseiro slick e dianteiro gasto e não pude soltar
os freios na estrada de areão. No Siriu passei na frente de um posto de saúde
que estava fechado, passava das 8 horas e tinha um bilhete na porta, mas eu não
parei e nem li! Resolvi pedalar até a pousada, uns 13 km sem grandes subidas.
Pedalava principalmente com a perna esquerda, na subida a perna doía, não no
ferimento que apenas ardia, mas nos músculos e lembrei dos tendões. A perna
tinha movimento e não podia esfriar!
Cheguei a pousada e larguei, bike,
capacete, luvas, mochila, acordei a mulher e me larguei a pé para o hospital, ou posto de saúde que fica a
200 metros. No Posto aguardei uns 40 minutos e fui atendido. Lavado,
anestesiado e suturado até fui bem atendido apesar de poder ser contaminado
pelo fio da sutura que encostava na maca, na perna e na bacia de sangue e soro!
O Ferimento? Putz! Ainda bem que o manete de freio
Shimano Deore Xt v brake não é mais longo! Os tendões podiam ser visto, mas não
foram atingidos! È claro que eu não vi, mas podia ver o dedo do médico subindo
dentro da minha perna. Como disse o Lance, a dor é momentânea, mas as
lembranças são eternas.
Agora estou bem, sem dor, tomando medicamento, sem
poder pedalar, sem banho de mar, com pouco de dificuldade para caminhar, mas
isto é o de menos!
A coletânea de pensamentos é uma farmácia moral
onde se encontram remédios para todos os males ( Voltaire)
24 de janeiro de 2007!
Nenhum comentário:
Postar um comentário